Estou do lado onde deus não existe, onde sua quimera existência não pode ser provada. Eu vivo nas ruas, nos becos escuros com esgoto a céu aberto. Na mulher grávida e abandonada pelo marido, e que bradou nas redes durante o dia defendendo a família e a total criminalização do aborto.
Eu sou aquilo que você não pode ver, eu sou a lágrima salgada de alguém que chorou porque não tinha o que comer, sou o homem que sofre preconceitos diários, e que morre esperando um milagre que caía dos céus, pois aqui na terra já não resta mais esperança.
Eu sou o crente vítima de estelionato, e que vai ao culto sem ter o que vestir, mas que tem esperança de crescer e de humilhar os seus semelhantes para que assim eles possam ver o quanto o seu deus é grande, o quanto por deus ele está protegido.
Eu sou o homem que não tem mente para raciocinar, que acreditam em um deus pedra, pois “Se ele fizer é deus, e se ele não fizer continuará sendo deus” assim os homens se resumem em pedras desgastadas pelo o tempo, como o seu deus perdido na imensidão do espaço.