Disseram a ela que devia partir porque ficar já não era mais sensato. Passaram-se os dias e passaram os meses no alpendre que dá vista que espelha sua casa, onde ela pode enxergar o mundo.
Do mundo podemos dizer que ele não é mais o mesmo. Há muitas mortes nas páginas dos jornais, há muito fogo destruindo as matas, há muita gente brigando por coisas banais.
Eu queria juntar dinheiro para viver uma vida tranquila, mas viver uma vida tranquila é apelar demais para algo fantasioso, então eu caio no mundo sem estratégias, o dinheiro é consumido pelos os vícios que eu tenho em alimentar uns sonhos que me impulsionaram a continuar vivo.
Agora eu olho para trás tentado enxergar um futuro em retalhos. Talvez a cultura seja a única fonte de inspiração para enfrentar todos os obstáculos.